domingo, 19 de dezembro de 2010

O PROTESTO

Cerca de três mil ambulantes, empresários, artistas, artesãos, trabalhadores em geral e jovens, pararam o município de São João da Barra, no Norte Fluminense, nesta sexta-feira, dia 17, durante uma manifestação histórica. A comunidade protestava contra a decisão de um grupo de cinco vereadores de oposição, intitulado G-5, de reduzir o valor de uma suplementação orçamentária pedida pela Prefeitura, de R$ 7 milhões para R$ 600 mil. O dinheiro seria empregado na programação do verão 2011, cuja expectativa era gerar cerca de três mil empregos diretos e R$ 50 milhões em capital circulante.
Durante toda a manhã e parte da tarde os manifestantes pediram aos vereadores Alexandre Rosa, presidente da Câmara, Zezinho Camarão, Gérson Crispin, Franquis Areas e Kaká, que revissem a decisão de autorizar o Executivo a investir apenas R$ 1,6 milhão no verão – R$ 1 milhão aprovado na segunda-feira e R$ 600 mil, na sessão de quinta-feira, encerrada sob protestos, tumulto e revolta. Apesar dos insistentes pedidos, os vereadores se mantiveram irredutíveis.

Afirmavam, porém, por meio de veículos de comunicação da região, que tinham “aprovado R$ 6 milhões”. Até às 17h, horário de encerramento do expediente na Prefeitura, nenhuma mensagem do Legislativo fora protocolada.
A manifestação começou às 7h, com o fechamento da BR-356, na altura da curva de Grussaí. Após cerca de uma hora de concentração, a Polícia Rodoviária Federal interviu, removendo a barricada de pneus. Os manifestantes seguiram, então, em carreata, até o Centro de São João da Barra, passando por Grussaí e Atafona, localidades eminentemente turísticas, obtendo a adesão de comerciantes, funcionários do comércio e populares. No Centro de São João da Barra, os manifestantes fizeram mais uma concentração, na avenida Joaquim Thomaz de Aquino Filho, a principal, e seguiram para a frente da Câmara Municipal.
Os cinco vereadores, integrantes do bloco de oposição ao governo Carla Machado não foram encontrados em São João da Barra, mas se manifestaram por meio das rádios comunitárias locais, insistindo que haviam aprovado R$ 6 milhões de dotação suplementar. Questionado pelo radialista Emilson Amaral, onde estava a mensagem de suplementação, Rosa não respondeu mais. Ao longo do dia, trabalhadores e populares ligaram para rádio manifestando sua opinião em relação ao impasse. A maioria pedindo aos vereadores que revissem a decisão ainda ontem (sexta-feira), a fim de que a Prefeitura pudesse efetuar o depósito da primeira parcela dos shows.
Desde o dia 11 de novembro o Executivo de São João da Barra vem solicitando a aprovação de suplementação de verbas para a realização do verão 2011. Após negociar com o Legislativo, o governo reduziu a proposta duas vezes, enviando novas mensagens. Na quarta-feira a prefeita Carla Machado esteve em uma rádio local explicando o motivo pelo qual eram necessários R$ 7 milhões. Na presença dos vereadores, discutiu o valor da dotação explicando item por item, despesa por despesa, inclusive os valores dos shows nacionais, além da programação com artistas regionais e locais, programação esportiva, religiosa, cursos, qualificações e atividades de educação ambiental.
Para comerciantes, empresários, ambulantes, trabalhadores e população,ontem foi um dia de comoção em São João da Barra. A maioria das pessoas que participou da manifestação vestiu o luto em sinal de protesto. O secretário de Turismo, Márcio Soares, na tentativa de sensibilizar os vereadores, pediu, via rádio, que eles aprovassem uma nova dotação, ainda na sexta-feira, prazo final para confirmar com os artistas contatados a realização dos shows: “nós estamos implorando ao presidente da Câmara que eles revejam a posição deles. Nós precisamos de apenas um voto. Apenas um voto, para que possamos ter um verão com uma programação que possa atrair mais turistas e gerar renda para um número imenso de trabalhadores, de pessoas que dependem disso”, disse Márcio Soares.




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